A atriz Julia Dalavia, que participa da nova supersérie da TV Globo “Os dias eram assim”, visitou a sede da ABIA. Dalavia interpreta uma jovem soropositiva na década de 1980. Na ABIA, a atriz foi recepcionada pelo coordenador do Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens, Vagner de Almeida e pelo assistente Jean Pierry Oliveira. O bate-papo contou ainda com a participação de Veriano Terto Jr., vice-presidente da instituição, de Juan Carlos Raxach, coordenador da área de promoção da saúde e prevenção e Salvador Correa, coordenador da área de capacitação e treinamento.
Dalavia ouviu histórias e experiências vivenciadas nos primeiros anos da epidemia, quando ainda não havia tratamento. “O tratamento na época era muito paliativo. Você tratava os sintomas, mas não o HIV”, disse Terto Jr. Para Almeida, o período foi de muitas perdas: “era muito triste olhar para o lado e ver os amigos morrendo. E não se sabia o que era. Mas o estigma já existia, porque a comunidade gay foi a mais afetada e ninguém queria saber de acolher o outro. Foi muito difícil”, revelou o coordenador.
A atriz questionou sobre como era o momento da descoberta do diagnóstico para uma pessoa que vive com o HIV. Quem respondeu foi Salvador Correa: “A primeira coisa que vem a cabeça é que você vai morrer. E eu me culpava por ter me infectado e também por ser gay. O medo é o sentimento mais comum”, confessou. Após o bate-papo, ficou mais evidente para a atriz o desejo de não estereotipar a personagem. “Não quero que as atitudes modernas e liberais de minha personagem sirvam como justificativas para preconceitos. Quero que as pessoas possam comprar a história e torcer por ela”, avisou Dalavia.
A nova supersérie da TV Globo estreou no último dia 17/04.