A 2ª edição do SUSAids Vidda – Encontro Nacional Para Avaliar o Cuidado na Assistência e na Atenção à Saúde de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS no SUS – foi realizada na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, nos dias 10 e 11 de junho.
O evento contou com a mesma metodologia da primeira edição, realizada há um ano no Rio de Janeiro, com um cardápio criativo (e fictício) que inspirava as abordagens dos assuntos e das rodas de debates. A ABIA foi representada pelo assessor especial Veriano Terto Jr. e pelo assessor de projetos Juan Carlos Raxach, que mediaram os debates sobre temas como “Testar e Tratar e a meta 90-90-90”, projetada pelo Programa das Nações Unidas para a AIDS (UNAIDS).
De acordo com Raxach, este ano o evento priorizou o diagnóstico e o levantamento de dados qualitativos em relação à política de AIDS na região e questões relacionadas aos direitos humanos. Terto Jr. lembrou que na região o HIV tem dimensão mais grave do que outras regiões do país.
A provocação “Quem manda, quem obedece”, do cardápio fictício do SUSAids por exemplo, apontou que à medida que uma pessoa é mais vulnerável, menos acesso tem para receber o atendimento médico. “Há facilidade para fazer o teste rápido, que é um processo de triagem, mas não se consegue ter acesso a serviços, como o teste definitivo com a mesma facilidade”, ressaltou Raxach. O assessor de projetos revelou também que há uma grande desconfiança na segurança dos testes de raspagem bucal pelas falhas que vem sendo relatadas e os constrangimentos causados por resultados falsos positivos.
Para os representantes da ABIA no evento, o debate deixou mais evidente para a sociedade civil a ameaça de perda de conquistas no SUS. Para Terto Jr., em razão do atual momento brasileiro, “qualquer iniciativa que promova a mobilização comunitária em cima dos princípios comuns de integralidade e universalidade colabora para uma mudança no contexto”, pontuou.