Na apresentação da campanha do Ministério da Saúde para a prevenção da Monkeypox – organizada pelo Comitê de Emergência e Vigilância Sanitária e pelo Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI), em Brasília – a ABIA defendeu uma abordagem solidária para conter o avanço da patologia no país.
Segundo o vice-presidente da ABIA, Veriano Terto Jr., que representou a instituição no encontro, o governo trouxe uma linguagem conservadora e estigmatizante. “A campanha estava bem ruim, numa perspectiva individualizante. Promovia o medo e o pânico, com mensagens equivocadas. Apontamos para a ausência de clareza sobre as formas de transmissão, por exemplo. E que era preciso estimular o autocuidado e a prática solidária”, disse Terto Jr.
Ainda no contexto da monkeypox, o vice-presidente da ABIA participou do “1º Seminário de Informação, Orientação e Mobilização da Comunidade LGBTI no Estado do Rio para Prevenção e Tratamento da Monkeypox” no Rio de Janeiro. O evento foi realizado pelo Grupo Arco-Íris em parceria com a Aliança Nacional LGBTI+, a Rede GayLatino, o Projeto ImPrEP e o Instituto Nacional de Infectologia da Fundação Oswaldo Cruz.
Na ocasião, Terto Jr. também destacou a importância de não repetir mensagens que reproduzem estigmas. “Destaquei as experiências com o HIV e ressaltei que deve a comunidade gay deve acompanhar, se informar e não ficar dependente de médicos e profissionais da saúde. A comunidade LGBTQI+ deve se preparar para fazer o enfrentamento das iniciativas que taxam a sexualidade como um problema potencial para doenças”, afirmou.
Já em Porto Alegre, Terto Jr. representou a ABIA no encontro sobre “A Desinformação e o impacto nas ações no cotidiano de saúde no SUS”. O debate girou em torno sobre como as notícias falsas impactam e desestabilizam a prevenção e o tratamento de diversas patologias, incluindo a AIDS. “As fakenews distorcem informações, fomentam o preconceito contra determinadas populações e afetam o tratamento, dificultando a adesão e a vinculação ao serviço”, concluiu.