O que a intersetorialidade e a interdisciplinaridade têm em comum? Para a ABIA, ambas possibilitam o exercício da solidariedade. A instituição participou de um debate intersetorial promovido pelo Ministério da Saúde e por uma conversa interdisciplinar organizada pela Associação Brasileira de Antropologia em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O primeiro foi o Encontro Nacional sobre o Centros de Treinamento e Aconselhamento (CTA), organizado pelo Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (MS).
Na ocasião, a ABIA, representada pelo vice-presidente Veriano Terto Jr., participou da videoconferência “Panorama geral dos CTA no Brasil” e abordou sobre o tema “Análise macro sobre a relação CTA-prevenção-cotidiano, o que se espera de um CTA na perspectiva de uma pessoa que utiliza o serviço?”. Para Terto Jr., o debate foi uma oportunidade para rediscutir o papel do CTA para além de um espaço de aplicação do conhecimento biomédico. “Os CTA poderiam ser polos para a realização de outros interesses como por exemplo, ter acesso a benefícios e outros cuidados ou estar aberto a articulações que permitam trabalhar as dimensões culturais e religiosas das comunidades locais”, avaliou.
Já a conversa interdisciplinar aconteceu durante o 32ª Reunião Brasileira de Antropologia (RBA). Outra vez a ABIA foi representada por Terto Jr. que participou do Simpósio Especial “Corpo, cronicidade e contágio: as relações entre saúde e antropologia. Na ocasião, o vice-presidente da ABIA contribuiu com o tema “Ativismo, antropologia e corpo: direitos e diferenças em debate”. “Fiz uma análise crítica sobre como o ativismo da AIDS reuniu as populações mais afetadas pelo HIV e reconfigurou identidades sociais e políticas, rompendo com alguns estigmas. Foi a mobilização política que mudou, por exemplo, a forma de identificação que passou de aidéticos para pessoas que vivem com HIV”, pontuou.