Apesar da taxa de mortalidade por AIDS ter indicado uma queda de 17% nos últimos cinco anos, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), as mulheres negras são quem mais morre em decorrência da AIDS no Brasil. De acordo com o último boletim epidemiológico, somam 62,1% do número total de óbitos por AIDS no país. Entre as mulheres que vivem com HIV, as mulheres negras também são maioria: representam 53,6% do total e 37% são brancas. Diante disso, o Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro (FEMNEGRAS) organizou um “Pauta Preta” sobre “Mulheres Negras e HIV/AIDS” para refletir sobre o tema. Esta foi mais uma live que contou com a participação da ABIA no Dezembro Vermelho.
A instituição foi representada pela jornalista Angélica Basthi, coordenadora da área de comunicação. Na ocasião, Basthi destacou o modo de atuação do racismo estrutural no sistema público de saúde e reforçou que o tema pode ser aprofundado no Dossiê ABIA – HIV/AIDS e COVID-19 no Brasil, lançado recentemente pela instiuição. “O racismo estrutural tem impedido o acesso das mulheres negras ao tratamento. Lembrei que o governo se limitou a celebrar a redução do número de novos casos e óbitos por um suposto acesso a testagem e ao tratamento, mas esses números por si já colocam essa afirmação em cheque”, afirmou.
A conversa foi mediada por Marcelle Esteves, do FEMNEGRAS. Além de Basthi, participaram da conversa Cleide Jane, presidenta da Associação Missão Resplandecer (AMIRES) e Juçara Portugal Santiago, ativista que atua no movimento Mulheres Vivendo com HIV e AIDS.