A ABIA participou, em São Paulo, do seminário interfederativo para a “Resposta Rápida à Sífilis nas Redes de Atenção à Saúde”- cuja campanha é intitulada “Sífilis, Não”. O evento foi organizado pelo Ministério da Saúde. Na ocasião, a instituição foi representada pelo vice-presidente Veriano Terto Jr.que elogiou a iniciativa. “Trata-se de uma louvável ação, especialmente para as populações mais vulneráveis (com destaque para transgêneros, jovens gays e profissionais do sexo) cujo aumento da incidência de sífilis tem sido preocupante”, afirmou.
Embora a iniciativa tenha sido louvável, para Terto Jr., os organizadores falharam ao oferecer um enfoque muito técnico ao evento. “Faltou a discussão sobre o contexto social, cultural e político no qual as pessoas estão inseridas e ouvi-las sobre o tema para termos uma dimensão mais ampla deste problema de saúde complexo”, afirmou.
Segundo ele, a sífilis recrudesce no Brasil, e em especial na região Sudeste. “Porque ela recrudesce? Quais são os determinantes sociais que favorecem à sua disseminação?”, indagou. O vice-presidente da ABIA lembra que a sífilis é uma doença antiga e sexualmente transmissível, cuja cura envolve um tratamento relativamente simples e eficaz. “A sífilis tem um arcabouço de lições sobre sucessos e fracassos no seu enfrentamento ao longo de pelo menos mais de 100 anos. Por que nos dias de hoje há este aumento de casos? O que poderíamos aprender desta história de sucessos e fracassos na resposta à sífilis no Brasil e no mundo?”, questionou Terto Jr.
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