A ABIA defendeu que o movimento AIDS voltou a reforçar a articulação entre saúde e direitos humanos durante o Encontro Regional de ONGs AIDS do Sudeste (ERONG) realizado na Glória (RJ). A mesa de abertura contou com a participação do coordenador do Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens, Vagner de Almeida, que também representou a instituição na organização do encontro. Também participaram do evento, o vice-presidente da ABIA, Veriano Terto Jr., e o coordenador da área de promoção da saúde e prevenção, Juan Carlos Raxach. Ambos palestraram na mesa sobre assistência e direitos.
Já na abertura do encontro, Almeida argumentou sobre a necessidade de uma nova reestruturação das redes para tornar o movimento ainda mais forte em tempos de conservadorismo latente. Raxach denunciou o descaso com a saúde pública no país, sobretudo, no contexto da epidemia de HIV/AIDS e citou os altos índices de mortalidade por AIDS no país, principalmente no estado do Rio de Janeiro, no diagnóstico tardio do vírus e da doença, a permanência dos casos de transmissão vertical, a falta de campanhas de prevenção, entre outros agravos causados pela ausência de policias públicas de saúde, e em especial, de atenção ao HIV e à AIDS.
O vice-presidente da ABIA, Terto Jr., lembrou que o princípio da solidariedade e o respeito aos direitos humanos são a melhor estratégia em tempos de retrocessos. “A resposta à AIDS conseguiu articular a saúde pública com direitos humanos de uma maneira muito particular e mostrou que os direitos humanos, ou a violação deles, são parte dos problemas da saúde. Em meio aos ataques e retrocessos, devemos permanecer unidos nos princípios da solidariedade e do respeito aos direitos humanos, porque são eles que garantem a força do movimento social da AIDS”, concluiu. As propostas reunidas no ERONG-Sudeste serão apresentadas no Encontro Nacional de ONGs AIDS que acontecerá no mês de novembro em São Paulo.