De repente, o Salão Betinho, na sede da ABIA, transformou-se num grande palco iluminado: 14 pessoas, entre jovens e adultos, se arriscavam na arte de interpretar. Liderados por Vagner de Almeida, coordenador do Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens, da ABIA, o grupo participava da 1ª Oficina de Teatro Expressionista realizada depois de “Carabet Prevenção”, que completou 20 anos em 2015.
“Cabaret Prevenção” foi uma elogiada peça expressionista, encenada em 1994, no antigo Teatro Alaska e transformada num documentário. O novo projeto pretende retomar o caminho cultural e reaquecer o debate sobre a AIDS e o HIV através do teatro. “Queremos falar de exclusão social, violência, sexualidade, gênero e outros assuntos relevantes utilizando a linguagem cultural. É preciso recuperar a arte no contexto do HIV e da AIDS. Precisamos levar informação, reflexão e até prevenção para as pessoas de uma maneira que, até aqui, estava perdida no tempo”, explicou Almeida.
Criado no século XIX, o Teatro Expressionista integrou um movimento que influenciou a arte visual, literária e performática. Para Almeida, essa forma de fazer teatro abre espaço para a expressão da subjetividade humana. “A importância do teatro expressionista está naquilo que vem de dentro para fora”, sintetizou.
Os participantes da nova fase – selecionados entre 72 inscritos – terão acesso a oficinas semanais de interpretação, voz, vestuário, expressão corporal e iluminação. A ideia é apresentar uma peça teatral prevista para estrear no final do ano. “Vamos lançar o teatro de bolso para convidados na sede da ABIA”, adiantou Almeida.
Os ensaios acontecem na sede da instituição. As Oficinas integram as ações positivas do Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens da ABIA, com apoio do MAC AIDS Fund.