“Amor em tempos de AIDS” foi o tema da 2ª Roda de Conversa do Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens em 2017 que aconteceu no dia 21 de março, na sede da ABIA. Cerca de 20 pessoas, entre jovens e especialistas, realizaram uma conversa séria sobre o amor e as relações afetivas em meio à epidemia de AIDS.
Como estão os relacionamentos amorosos nos dias atuais? A solidão, combinada com preconceito e desinformação, foi um dos tópicos no bate-papo. “Nós fomos reduzidos a soropositivos”, reclamou uma das participantes.
Na era dos aplicativos de relacionamento que promovem relações cada vez mais superficiais, o coordenador do projeto, Vagner de Almeida, lembrou que a vida moderna tem deixado as pessoas cada vez mais solitárias. “A intenção de falar de amor em tempos de AIDS é abordar relacionamentos duradouros, de construção futura que alteram a vida das pessoas, não em relacionamentos passageiros”, afirmou.
O relacionamento sorodiscordante também foi tema para debate. “Sou eu quem sempre levo a camisinha nas minhas relações afetivas”, afirmou S., um jovem que revelou já ter sido rejeitado por ser soropositivo.
Já outro depoimento trouxe a experiência de um soronegativo num relacionamento com um soropositivo. “Hoje eu me relaciono com uma pessoa que tem o que eu mais tinha medo”, relatou o jovem F. . O namorado, que também participava do debate, disse que a autoestima e o acesso à informação tem lhe dado a segurança necessária para lidar com os desafios do dia a dia no relacionamento.
Foi o coordenador do projeto quem lançou a frase que sintetizou os encontros e desencontros de cada experiência: “Não há dúvidas de que amar é verbo intransitivo”, concluiu.