A Articulação Nacional de Luta Contra a AIDS (ANAIDS) divulgou carta na qual demonstra preocupação com a situação dos refugiados venezuelanos que tem cruzado a fronteira do Brasil e, em especial, no estado de Roraima. No documento, a instituição chama atenção para a sobrecarga no sistema de saúde e assistência social, principalmente na Região Norte do país.
A carta faz um apelo para que o Poder Executivo e estados brasileiros – com destaque para Roraima – ofereçam um acolhimento aos refugiados venezuelanos com base no respeito integral aos direitos humanos.
A crise humanitária na Venezuela teve início há cerca de dois anos. O país tem enfrentado um desabastecimento de medicamentos como antibióticos, analgésicos e antirretrovirais essenciais para os pacientes que vivem com HIV e AIDS.
De acordo com a ANAIDS, estima-se haver mais de 80.000 pessoas vivendo com HIV/AIDS na Venezuela. A grave situação enfrentada por esta população está vinculada ao enfraquecimento geral da saúde pública daquele país. “Cerca de 80% da população não tem acesso ao tratamento, o que coloca a Venezuela entre os piores do mundo para soropositivos”, alerta ANAIDS.
Solidariedade
A instituição também alerta para que as medidas adotadas não ameacem o direito da população brasileira “no que tange ao acesso aos serviços sociais e de saúde dos quais necessitam”. O documento lembra que a ANAIDS coordena um movimento pautado pela solidariedade como premissa geral para combater o HIV e a AIDS.
A carta é destinada ao Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Rede Global de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS (GNP+), Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das ISTs, do HIV/AIDS e das Hepatites Virais do Ministério da Saúde e ao Governo de Roraima.
A ANAIDS é um colegiado que reúne os Fóruns de ONGs/AIDS dos estados brasileiros, redes e movimentos de pessoas vivendo com HIV e AIDS de várias partes do país.
Confira a carta aqui