Após a repercussão sobre o baixo interesse dos presidenciáveis na resposta à epidemia do HIV e da AIDS – divulgada em primeira mão no Boletim nº 59 da Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS – Eduardo Jorge (PV) enviou o resumo sobre o que planeja fazer para conter a epidemia, caso eleito. Esclarecemos que a ABIA fez vários contatos por email e por telefone com as campanhas dos partidos mais expressivos nacionalmente (incluindo o PV). Na ocasião, somente um candidato (Aécio Neves) retornou. A seguir, publicamos a resposta do candidato do PV.
Resposta de Eduardo Jorge, PV
“Como médico sanitarista, entendo que a prevenção é a melhor medida para minimizarmos o número de pessoas infectadas por HIV no Brasil.
O SUS deve fortalecer seu programa de prevenção à AIDS através do fortalecimento do Programa de Saúde da Família, que em nosso programa de governo tem especial atenção. Vamos fortalecer a Atenção Básica de Saúde, adequar a formação em saúde às necessidades do SUS e priorizar nos cursos de medicina a formação de médicos especializados na saúde da família. Queremos tomar a promoção da saúde como tarefa obrigatória de todas as políticas públicas. Incentivar o uso de medicamentos genéricos.
O Boletim Epidemiológico do SUS 2012 aponta que entre 13 e 19 anos a ocorrência de aids é maior entre as mulheres. Entre meninos de 17 a 20 anos de idade, em cinco anos, a prevalência do HIV passou de 0,09% para 0,12%. O mesmo levantamento mostra que a forma de transmissão predominante do vírus é a sexual. Defendo a promoção da educação sexual no ensino médio como forma de evitar a epidemia de gravidez precoce e também prevenir doenças sexualmente transmissíveis.
A AIDS, segundo este levantamento, é mais incidente, em ambos os sexos, de 25 a 49 anos de idade. Para este grupo é preciso atenção em todas as frentes, promovendo orientação, acesso à informação e prevenção. É preciso estar nas escolas, nas universidades, em centros comunitários, em todos os lugares onde for possível levar esta tríade à população.
As universidades públicas e privadas devem realizar, obrigatoriamente, atividades de extensão no sentido de levar à população, em seus diferentes nichos, informação, orientação e tratamento. E esta aproximação deve ser interdisciplinar, não se restringindo apenas à área de saúde. A área de comunicação, por exemplo, pode ajudar na aproximação e no desenvolvimento de estratégias e campanhas.
Em relação à vulnerabilidade, o Boletim Epidemiológico mostra que o resultado positivo para HIV está relacionado principalmente ao número de parceiros sexuais, à coinfecção com outras doenças sexualmente transmissíveis e às relações homossexuais. Por esta razão, é preciso promover a saúde com políticas e campanhas permanentes de prevenção a HIV/DST para e com a população LGBT”.