Mais 80 ativistas de ONGs, redes, movimentos e associações nacionais que desenvolvem ações no enfrentamento ao HIV e a AIDS no Brasil participaram da 10ª edição do Fórum UNGASS/AIDS Brasil que aconteceu em Recife (PE). A ABIA marcou presença importante no encontro, representada pelo vice-presidente Veriano Terto Jr. O evento, cujo tema foi “Prevenção Combinada – Do global ao local: vamos combinar?”, teve a organização da ONG Gestos – Soropositividade. Os participantes aprovaram a “Carta do Recife – 10º Fórum UNGASS/AIDS Brasil – Pela Democracia, em defesa da Constituição e das Liberdades”.
Assinado por mais de 40 entidades, o documento faz um alerta à perseguição que os movimentos sociais tem enfrentado em meio ao avanço do conservadorismo no país: “Preocupam-nos as graves ameaças à atuação da sociedade civil organizada que defende direitos, entre elas as organizações que defendem direitos sexuais e direitos reprodutivos”, afirmam na carta.
Para os participantes, no atual contexto brasileiro, é fundamental a articulação entre os movimentos sociais no Brasil junto a outros países e organismos internacionais. “Seguiremos fortalecendo diálogos e esperamos contar com parcerias estratégicas e solidárias dos organismos multilaterais e dos movimentos sociais nacionais e internacionais para defender a democracia, o estado laico, o direito à participação e ao desenvolvimento sustentável, em observância à Constituição Federal e às resoluções, acordos e tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário.”
Outro destaque da carta é o compromisso em defesa dos direitos humanos, contra a violência e intolerância: “Fortaleceremos nossa atuação nos espaços de controle social e, com solidariedade, responderemos aos estigmas e preconceitos com propostas de liberdade que nos permitam o pleno controle sobre nossos corpos, livres das intolerâncias e violências de gênero, raciais, religiosas, sexuais, institucionais e econômicas.”
Para Veriano Terto Jr., a carta sintetiza o que não combina com a prevenção ao HIV. “Sabemos que prevenção não combina com o preconceito, com o estigma, com a violência policial ou com as violências estruturais de maneira geral”, afirmou.
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Por: Maria Lúcia Meira (estagiária)
Edição e supervisão: Angélica Basthi