Dentro das ações positivas da ABIA no mês de dezembro em referência ao Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, foi lançado oficialmente no Rio de Janeiro, no auditório do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em 12/12, o filme “Máscaras” de Vagner de Almeida, coordenador de projetos da ABIA. O documentário retrata as experiências e vivências que jovens e adultos homossexuais e soropositivos compartilharam durante uma oficina realizada na ABIA, em 2011. A exibição de “Máscaras” foi seguida de debate com a participação de Richard Parker, diretor presidente da ABIA, Veriano Terto Jr., professor da UFRJ e Ruggery Gonzaga, integrante da Rede Estadual de Jovens Vivendo e Convivendo com HIV e AIDS do Estado do Rio de Janeiro.
Segundo o diretor Vagner de Almeida, o despudor de cada personagem foi o grande diferencial de Máscaras, pois “quando os rapazes mostram suas caras, cada um teve a liberdade de apresentar a sua verdade, sem estigmas”. Com a presença de ativistas do movimento HIV/AIDS e LGBT, ONGs parceiras, professores, pesquisadores, estudantes e artistas, o debate abordou questões trazidas pelo filme, como sexo seguro, família, uso de medicamentos, sentimento de libertação, relacionamentos afetivos, entre outros.
Veriano Terto Jr., por exemplo, reconheceu a tradição da ABIA em contextos de AIDS. Para ele, a realização do filme foi muito importante para dar visibilidade a soropositividade , pois o tema “continua pouco visível, mas desafiador em questão de saúde e direitos humanos”. Ele ressaltou que a qualidade de Máscaras dá-se não somente pelas informações e conteúdo ali presentes, mas também “pela metáfora que o filme criou ao ter imagens que refletiam um soropositivo criando a máscara, ou seja, o estigma de outro soropositivo na sociedade”.
Questionado sobre as atuais políticas públicas de AIDS no Brasil, o diretor presidente da ABIA, Richard Parker, criticou o retrocesso que o país sofreu, nos últimos anos, deixando de lado o fomento de ações estratégicas com populações chaves da doença. “A grande característica desse filme, é o protagonismo dos jovens homossexuais e as pessoas mais carentes, que estão vivendo a realidade da soropositividade, mas que são deixadas de lado”, afirmou. Júlio Moreira, diretor do Grupo Arco Íris, destacou a parceira com a ABIA através do projeto SAGAS , com jovens homossexuais, na prevenção e informação do HIV/AIDS ao dizer que “é importante desconstruir a atual imagem do sexo e sexualidade, na questão LGBT”, finalizou.