Cerca de 30 pessoas, entre ativistas do movimento LGBT, instituições parceiras e representantes da área da saúde e educação, participaram do lançamento, em 16/12, da 6ª edição da cartilha “Juventude e Homossexualidade – o que os pais precisam saber”, organizado por Vagner de Almeida, na sede da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA). O evento integrou as ações positivas da ABIA no mês de dezembro em referência ao Dia Mundial de Luta Contra a AIDS. Após a distribuição das cartilhas, aconteceu um acalorado debate sobre a desagregação de famílias pela discriminação contra pessoas LGBT.
Epifânio Souza, do Grupo Água Viva, lembrou do impasse experimentado na juventude por não falar abertamente sobre sua orientação sexual por causa do seu pai. Vagner de Almeida ressaltou a opressão sofrida por várias famílias por parte de amigos e vizinhos, que consideram a homossexualidade dos filhos um erro dos genitores. Para ele, é fundamental o acompanhamento familiar, descartando a necessidade de acompanhamento psicológico de crianças até que se tornem capazes de descobrir e assumir sua orientação sexual.
Outro tema discutido foi o papel das escolas como espaço de diálogo. Islene Motta, da Fundação Disco (Fundação Nilopolitana da Diversidade Sexual Colorida), partilhou a conquista de introduzir o diálogo sobre diversidade sexual em escolas da rede privada do município de Nilópolis, mas lamentou a resistência da rede pública, principalmente na Baixada Fluminense. Já Alexandre França, membro do Conselho Regional de Psicologia, falou sobre a experiência de levar o diálogo sobre diversidade sexual a universidades e conselhos tutelares e os enfrentamentos encontrados, como a orientação sexual ser vista como prática, e não como identidade. Sandra Brignol, representante do ISC/UFBA (Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia), fechou a discussão destacando a família como ponto primordial para a multiplicação da cartilha e ampliação do respeito às diversidades sexuais.