A Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA) vem a público felicitar ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva pela nomeação da primeira mulher a assumir o Ministério da Saúde na história deste país. Além de fortalecer a presença feminina no seu governo, a nomeação da socióloga Nísia Trindade representa a retomada dos princípios que norteiam o Sistema Único de Saúde (SUS): universalização, equidade e integralidade.
A confirmação de Nísia na liderança do Ministério da Saúde também simboliza o reconhecimento da ponte inquebrantável entre saúde pública e a ciência, cuja credibilidade é baseada em metodologias científicas reconhecidas, evidências e revisão por pares até a produção de conhecimento.
O compromisso da nova ministra da saúde com os princípios do SUS vem sendo confirmado ao longo da sua trajetória acadêmica e profissional. Nísia sempre esteve atenta a ampliar a sua visão sobre os desafios da saúde pública no Brasil. É inegável a sua sensibilidade para entender a saúde como um direito de todas as pessoas, a necessidade de implementar políticas comprometidas com a equidade e o valor da integralidade para a promoção da saúde, prevenção e tratamento.
Na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), onde esteve à frente da presidência desde 2017, consolidou inegável excelência como administradora alinhada aos princípios sempre defendidos por esta instituição pela Reforma Sanitária, que lançou as bases do SUS. Também construiu bases sólidas no período em que esteve à frente da Casa Oswaldo Cruz, o que lhe garante conhecimento histórico sobre os grandes desafios da saúde pública brasileira.
A nova ministra exibe ainda uma longa e importante carreira como cientista social. É doutora em Sociologia (1997) e mestra em Ciência Política (1989), pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj – atual Iesp). Liderou estudos relevantes sobre os movimentos sociais, sobre a história da saúde coletiva, incluindo as suas instituições no Brasil.
Nesta jornada a frente do Ministério da Saúde, Nísia Trindade tem a partir de janeiro a tarefa de reconstruir as políticas de ações de saúde pública e as instâncias de participação social do setor que foram enormemente prejudicadas nos últimos quatro anos. Nesta empreitada, contará com a solidariedade daqueles e daquelas que lutam por uma saúde pública universal e de qualidade. Nós, da ABIA, desejamos muito sucesso neste caminho que se inicia.
Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 2022
Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS