O Brasil e o mundo enfrentam os efeitos do retorno dos vampiros sociais no campo da AIDS e da saúde global. Esta é a mensagem da nova edição do Boletim ABIA, já disponível no site da instituição. O documento traz análises contundentes de especialistas que acompanham a AIDS e a saúde no cenário internacional. E chama a atenção para os impactos no Brasil e no mundo do avanço da extrema-direita e dos efeitos da pandemia da Covid-19 na construção de políticas no âmbito da saúde local e global.
Um dos objetivos da publicação é convidar os/as/es leitores/as a uma visão mais ampla sobre o que está acontecendo na política nacional e internacional na temática da AIDS e da saúde global. “Apesar da vitória do Lula e da democracia, ainda precisamos enfrentar as estratégias da extrema direita no país no campo da saúde. Queremos que as pessoas que atuam na AIDS tenham acesso às principais informações sobre o que está acontecendo no Brasil e também no cenário internacional”, explicou Richard Parker, diretor-presidente da ABIA.
A expressão “vampiro social” foi usada pela primeira vez na década de 1980 pelo sociólogo Herbert de Souza (o Betinho). Na ocasião, o sociólogo usou esta expressão para denunciar os empresários que lucravam com a comercialização do sangue e hemoderivados no país.
A ameaça voltou a assombrar os brasileiros. Recentemente, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 10/2022, conhecida como PEC do Plasma. A emenda propõe o retorno da comercialização do sangue e hemoderivados. O artigo que faz um alerta para esse assunto, cujo título é “Memórias da História da AIDS: O Pacto de Sangue e o Impacto Transformacional da Constituição de 1988”, é assinado pelo diretor-presidente da ABIA.
No âmbito internacional, os vampiros sociais têm usado as fakenews (notícias falsas) como arma letal bastante eficaz e que tem causado estragos nas decisões negociadas no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU). Esse fenômeno é destacado pela consultora sênior da ABIA, Jane Galvão, no artigo “A ONU e a saúde global em um mundo marcado por crises”.
Galvão, juntamente com Parker e Veriano Terto Jr., este último, vice-presidente da ABIA, assinam uma reflexão minuciosa sobre os impactos da redução dos níveis de financiamento na resposta global ao HIV e à AIDS No artigo “Do fim da AIDS ao fim do Scale-up: Monitorando os níveis de financimaneto necessários para sustentar a resposta global ao HIV e à AIDS”.
Diante dessas múltiplas ameaças, a nova edição do Boletim ABIA reforça que, entre outras ações, o enfrentamento dos vampiros sociais exige a criação de novas alianças para a defesa dos princípios fundamentais dos direitos humanos e da justiça social. “Não podemos aceitar retrocessos. O futuro depende da nossa ação”, afirma a publicação.
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