O Grupo de Incentivo à Vida (GIV) divulgou seu posicionamento em relação às eleições 2018. O grupo defende o Sistema Único de Saúde (SUS), o acesso universal e destaca que “no campo do HIV/AIDS, todos sabemos que a discriminação nutre a expansão da epidemia entre as populações acima citadas, seja na falta de prevenção ou na dificuldade de obtenção da assistência. Assim só será possível controlar o HIV/AIDS num ambiente de respeito e solidariedade”.
O documento divulgado pelo GIV também recomenda “não votar em candidatos que desrespeitem pessoas com HIV/AIDS, gays, mulheres, população negra, ou que desrespeitem a democracia. E que se vote em candidatos que, além de respeitarem todas as populações, apoiem a expansão dos recursos do SUS”.
Leia o documento completo a seguir:
Manifestação do GIV sobre as próximas eleições
O GIV sempre pautou suas ações na luta contra a AIDS embasado nos Direitos Humanos, no Estado De Direito e no lema “Liberdade, Igualdade, Solidariedade”. E isto é possível somente numa democracia.
Ao mesmo tempo, ressalta que, entre as populações mais afetadas pelo HIV/AIDS no Brasil estão homens que fazem sexo homens, trabalhadores e trabalhadoras comerciais do sexo, população privada de liberdade, usuários de drogas e população transexual. Simultaneamente salienta que, em algumas dessas populações, destacam-se pessoas de etnia negra.
Neste sentido, candidatos que expressam desprezo por mulheres, gays, população negra e também pela população privada de liberdade constituem um perigo para a construção de uma sociedade solidária e sem preconceitos. Vale lembrar que o Brasil absorveu populações dos mais diversos lugares do mundo, e a convivência só é possível num ambiente de mútuo respeito.
Jamais apoiar candidatos que afirmem que uma mulher deve ganhar um salário mais baixo que o dos homens só porque pode engravidar; que, por conta de uma fraquejada, teve uma filha mulher; que “ter filho gay é falta de porrada”; que “prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí”; que uma deputada “não merecia ser estuprada”; ou que as pessoas com HIV não devem ser tratadas pelo SUS porque “são vagabundos e pegaram por vadiagem”.
No campo do HIV/AIDS, todos sabemos que a discriminação nutre a expansão da epidemia entre as populações acima citadas, seja na falta de prevenção ou na dificuldade de obtenção da assistência. Assim só será possível controlar o HIV/AIDS num ambiente de respeito e solidariedade.
Finalmente, somos a favor do Sistema Único de Saúde, de acesso universal, que, apesar do subfinanciamento, tem obtido grandes realizações. Entre outras: um número enorme de transplantes, acesso aos medicamentos antirretrovirais para as pessoas vivendo com HIV/AIDS e, atualmente, fornece remédios para a cura da Hepatite C. Deve-se lembrar da importância do SUS num país tão desigual economicamente e que ficou ainda mais importante devido à atual crise econômica, uma vez que muitos tiveram que abandonar seus planos privados de saúde.
Portanto, o GIV aconselha, nestas eleições, a não votar em candidatos que desrespeitem pessoas com HIV/AIDS, gays, mulheres, população negra, ou que desrespeitem a democracia. E que se vote em candidatos que, além de respeitarem todas as populações, apoiem a expansão dos recursos do SUS.
Juntos, num estado democrático que respeite os direitos humanos, que impulse a solidariedade e fortaleça o SUS, poderemos controlar o HIV/AIDS!
Viva a Vida!
Fonte: GIV