O Grupo de Trabalho sobre Propriedade Intelectual (GTPI) – coordenado pela ABIA – e mais 66 organizações da sociedade civil da América Latina e Caribe, incluindo a própria ABIA, assinaram a Carta abierta de organizaciones de la sociedad civil en Latinoamérica y el Caribe exigiendo acceso a Paxlovid en los países excluidos de la licencia voluntaria.
O Paxlovid, que contém os ingredientes ativos nirmatrelvir/ritonavir, é um medicamento contra a Covid-19 que tem mostrado resultados promissores, mas sua distribuição global ameaça repetir as desigualdades de acesso observadas com vacinas. Devido à sua administração oral e alta eficácia, o Paxlovid vem despontando como um possível ponto de virada na luta contra a Covid-19. No entanto, na América Latina e no Caribe sua disponibilidade pode ser baixa nos próximos meses.
Dezenas de países já manifestaram interesse em adquirir o Paxlovid. A Pfizer, empresa que comercializa o Paxlovid, anunciou que poderá produzir cerca de 30 milhões de tratamentos globalmente durante o primeiro semestre de 2022. Mas esse número é muito menor do que a demanda global que existirá durante esse período, principalmente em razão da projeção do número de infecções por Covid-19 em razão da variante Ômicron.
A Pfizer está priorizando os países ricos na distribuição de Paxlovid. Até o momento, foram anunciados acordos de vendas com os Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Alemanha, Canadá, Austrália, Coréia do Sul, Espanha, Israel, Itália, República Tcheca, Bélgica e França. Juntos, esses acordos já comprometeram os 30 milhões de tratamentos que a Pfizer terá disponível. Com a concentração na distribuição do medicamento para os países ricos, espera-se escassez e longos atrasos na América Latina e no Caribe. As desigualdades no acesso às vacinas ameaçam se repetir na América Latina em relação ao antiviral Paxlovid.
Leia a Carta completa aqui