Às vésperas da Conferência Internacional de AIDS, que começa em julho em Amsterdã (Holanda), uma das principais produções acadêmicas sobre saúde global, a Global Public Health, lançou a publicação “Simpósio Especial: Perspectivas Críticas sobre o ‘Fim da AIDS’”. O objetivo é oferecer um olhar crítico para discursos, práticas, contextos e políticas que fundamentam o suposto “fim” da AIDS anunciado até 2030.
Editada pelos renomados especialistas internacionais Nora Kenworthy, Matthew Thomann e o diretor-presidente da ABIA, Richard Parker – também autores do artigo “Da crise global ao fim da AIDS: novas epidemias de ressignificação” – a publicação traz reflexões sobre o discurso do fim da AIDS, o triunfalismo biomédico, a chegada da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) como método de prevenção e as respectivas mudanças nos discursos morais num contexto neoliberal, dentre outros assuntos.
A pesquisadora Suzanne Leclerc-Madlala, por exemplo, afirma no resumo do seu artigo que “esforços estão em andamento pelos principais orquestradores e financiadores da resposta global à AIDS para concretizar o fim da AIDS até 2030. Ao contrário dos esforços anteriores para fornecer orientação política ou encorajar abordagens de ‘melhores práticas’ para combater a AIDS, o fim da AIDS envolve a promoção de um conjunto de metas, ferramentas e intervenções para uma solução biomédica final para a epidemia”.
Além dos editores e desta pesquisadora, a publicação conta com artigos de outros acadêmicos renomados, tais como Turka Sangaramoorthy Mathhew Thomman, Eileen Moyer & Emmy Igonya Broomhall.
“Simpósio Especial: Perspectivas Críticas sobre o ‘Fim da AIDS’”, disponível para consulta pública em inglês aqui