Foi realizado o 9º Encontro Estadual de ONGs/AIDS do Estado do Rio de Janeiro (EEONG-RJ), na sede do Grupo Pela Vidda-Rio . O encontro contou com a presença de aproximadamente 20 delegados e representantes de organizações de diversos municípios do estado. A prioridade foi articulação do movimento de ONGs/AIDS do Rio de Janeiro para fortalecimento das políticas de enfrentamento à epidemia, diante do cenário atual. Os participantes escolheram os delegados e formularam questões para a próxima edição do ERONG Sudeste 2017, que acontece de 10 a 12/08, em São Paulo. Veja programação completa do ERONG Sudeste aqui.
A mesa que abordou a conjuntura atual e as prioridades de incidência foi composta por Roberto Pereira, do Centro de Educação Sexual (CEDUS), Cazu Barroz e Marcio Villard, do Grupo Pela Vidda Rio. Os participantes resgataram a história do movimento AIDS no Brasil, para melhor entendimento do momento atual. Para Marcio Villard, a atual crise poderia ser evitada se as pessoas observassem mais o passado. “Precisamos resgatar a mobilização para lutar contra a perda do acesso à saúde”, pontuou. Villard finalizou lendo um trecho do Boletim do Grupo Pela Vidda, do ano de 1989, que se encaixou perfeitamente no contexto atual.
Também foi abordada a necessidade da sociedade civil e os movimentos de HIV trabalharem juntos contra o processo de desmantelamento dos programas de HIV/AIDS. Foram apresentadas formas de fortalecer o movimento, como a participação em massa em Frentes Parlamentares e a fiscalização do cumprimento de leis nos níveis municipais e estadual. As lideranças presentes debateram as propostas e contextualizaram as situações dos respectivos municípios.
Veriano Terto Jr., vice-presidente da ABIA, participou da mesa que avaliou e reformulou as sugestões apresentadas no encontro anterior em 2015. José Rivanildo, do Centro de Atenção e Atendimento À AIDS (CAAAIDS) foi outro integrante da mesa neste painel. Dentre as propostas foi discutido o acesso a recursos públicos para as organizações da sociedade civil e a sustentabilidade das ações de enfrentamento a epidemia.
“Esta edição do EEONG aconteceu sem recursos públicos. Teve apoio do Grupo Pela Vidda que cedeu a sede e conseguiu recursos para alimentação. Em razão disso, foi uma edição curta, de apenas um dia. A situação é de extrema dificuldade para acessar os fundos públicos para sociedade civil no estado do Rio de Janeiro. Há uma negligência profunda por parte do poder público com a sustentabilidade econômica das ONG”, denunciou Terto Jr..
O acesso ao tratamento e medicamentos dos pacientes que vivem com HIV/AIDS também foi contemplando, principalmente na questão da aderência ao tratamento, acesso a medicamentos e capacitação de clínicos. “No Rio de Janeiro, houve episódios de falta de antirretrovirais, mas que já estariam sento resolvidos. No entanto, a parte de acesso a medicamentos contra infecções oportunistas e outras IST’s está cada vez mais difícil, principalmente com o fechamento das farmácias populares”, explicou o vice-presidente da ABIA.
Leia a íntegra do documento final do 9º EEONG-RJ aqui.