Nudez, sexo, camisinha, amor e homens que amam outros homens. A expressão “um grito de liberdade”, dita no filme por um dos participantes, sintetiza a mensagem do documentário “Cabaret Prevenção” que este ano completa 20 anos e teve exibição especial no auditório lotado do Centro Cultural do Brasil/RJ. O filme foi um dos marcos da história da ABIA no contexto da Prevenção e Sexualidade.
Em seguida, 20 homenageados receberam a placa “Reconhecimento: Promoção em Saúde e Prevenções Populares do HIV e da AIDS 2015”, dedicada a jovens, pessoas em geral e grupos envolvidos com a causa do HIV da AIDS e que vêm atuando dentro das favelas, nas ruas e/ou desenvolvendo atividades positivas como acolhimento e prevenção. As atividades integram a Semana de Luta Contra a AIDS da ABIA em 2015.
Dirigido por Vagner de Almeida e produzido pela ABIA, o documentário “Cabaret Prevenção” faz o registro das oficinas e do livro organizado com os participantes das Oficinas de Teatro Expressionista, Sexualidade e AIDS para Homens que fazem Sexo com Homens (HSH) iniciadas na ABIA em 1993 e que, transformada em performance teatral, ocupou (com casa cheia) o palco do Teatro Alaska, em Copacabana (RJ).
A noite começou com as boas vindas dada pelo diretor-presidente da ABIA, Richard Parker. Logo em seguida, começou a exibição do documentário baseado na Oficina de Teatro Espressionista, cujo objetivo era divulgar a causa HIV e AIDS e mostrar como o homossexual realmente é. Setenta por cento do elenco, de acordo com Almeida, não está mais entre nós. “É sempre uma emoção voltar nesse tempo e lembrar daqueles que fizeram parte de Caberet Prevenção”, afirmou Almeida.
Homenagem
Entre os que sobreviveram e prestigiaram a noite comemorativa dos 20 anos, está Marcos Santos, um dos participantes da oficina na época, e a figurinista do filme, Ferrula Muniz. Os dois foram os convidados especiais do debate após o filme. Santos sintetizou o momento da noite”. As oficinas da ABIA me ajudaram a me livrar de muito estigma, preconceito e informação errada. Hoje ainda há uma carga de preconceito muito grande para as pessoas que vivem com o HIV. Quando se tem acesso à informação, se consegue lutar contra as amarras que a sociedade nos impõe”, disse Santos.
Um dos momentos mais esperados da noite foi a entrega da placa “Reconhecimento: Promoção em Saúde e Prevenções Populares do HIV e da AIDS 2015” para 20 pessoas e grupos homenageados (foto). Os contemplados pelo Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens foram: o Grupo Arco-Íris, o Pela Vidda Rio, o Pela Vidda Niterói, a Associação de Gays e Amigos de Mesquita, os/as ativistas Ferrula Muniz, Marcos Santos, Regina Bueno, Reinaldo Ribeiro, Josias da Silva Freitas, Tony Araújo, Laila Monteiro, Glória Victorino, Jaciara Celebridade, Rita de Cássia, Vera Lúcia Balbino, Epifânio Correa de Souza, Jean Pierry Oliveira, Maiana Santos, Lucas Oliveira e Etiene Petrauskas.
Para Almeida, a noite foi um momento de reflexão: “Este documentário é histórico e 20 anos se passaram e nada foi feito. Nada mudou. Hoje a epidemia de HIV e AIDS não é mais prioridade para o governo. Tivemos pouquíssimas ações Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, em 1º de dezembro. Precisamos resgatar nossa ousadia”, sintetizou o diretor do filme.