A ABIA vem a público manifestar-se acerca da consulta pública que está sendo realizada pelo Departamento Nacional de AIDS do Ministério da Saúde, que trata sobre a periodicidade de consultas e seguimento laboratorial, disponível até dia 10 de junho no site:http://200.214.130.94/CONSULTAPUBLICA/INDEX.PHP…
Defendemos que o Brasil aposte cada vez mais em inovações pautadas em conhecimentos científicos e vivências de outros países, no entanto, ressaltamos que essas mudanças ocorram de forma coerente com o contexto social, cultural e epidemiológico do país.
Nesse sentido, reconhecemos que, embora o que está proposto pelo protocolo seja suficiente para tratamento nos países desenvolvidos e com melhores acessos à saúde, no caso brasileiro, precisaríamos de uma revolução no acesso ao tratamento e também da garantia de resultados mais eficazes acerca da política “testar e tratar”. Para uma mudança estrutural como essa, se faz necessário serviços de ponta e amplamente acessíveis, o que lamentavelmente, ainda não é uma realidade em nosso país. Ainda hoje temos uma descoberta tardia e o CD4 se torna linha de base inicial e essencial para monitoramento e adoção de profilaxias a diversas doenças oportunistas.
A ABIA soma-se às vozes do Movimento Social de AIDS e defende que a contagem de CD4 ocorra regularmente.
1. Depois de duas contagens de CD4 superiores a 350 por mais de seis meses, o CD4 seja monitorado a cada ano;
2. Para contagens inferiores a 200, o CD4 seja monitorado quadrimestralmente.
Por fim, convidamos você a responder à consulta pública do Ministério da Saúde no site mencionado e clamamos por maior investimento no combate aos determinantes sociais da saúde para que possamos avançar na melhoria do acesso ao tratamento e ao exame CD4 no país.
Rio de janeiro, 10 de junho de 2015
Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS