Pessoas que vivem com HIV e possuem o antirretroviral atazanavir 200mg incluído no esquema de tratamento estão há 20 dias sem a medicação no Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel (RJ). A denúncia foi enviada pela segunda vez para a Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA) em menos de uma semana. No dia 23 de maio, a instituição distribuiu nota questionando a falta deste antirretroviral. Até agora, nada foi feito.
A falta de distribuição deste medicamento afeta as pessoas com HIV que recebem o atazanavir de 200mg da farmácia do Hospital Pedro Ernesto por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo a ABIA, o atazanavir é um medicamento antigo e, portanto, já existe no Brasil. A instituição também reforça que a falha na distribuição deste medicamento não está vinculada à paralização dos caminhoneiros. “O atazanavir não está em falta. O problema é de logística da Gerencia de DST/ AIDS da Secretaria Municipal de Saúde”, denunciou Veriano Terto Jr., vice-presidente da ABIA.
A interrupção no tratamento pode levar à criação de resistência ao medicamento; desestímulo à adesão; estímulo ao abandono temporário ou permanente do tratamento; além do agravamento das questões emocionais, como estresse ou depressão. “As pessoas que já enfrentam alguma dificuldade no tratamento, quando ficam sem o medicamento, estas dificuldades se ampliam. Quem está deprimido se deprime mais ainda. Isto é um atentado para qualidade de vida dos pacientes”, denunciou Terto Jr.
Os antirretrovirais não podem ser substituídos de uma hora para outra. Cada substituição depende da realização de vários exames laboratoriais e clínicos para fazer uma troca.
A ABIA exige que a Secretaria Municipal de Saúde tome as devidas providências para solucionar este desabastecimento no Hospital Universitário Pedro Ernesto.