Pela primeira vez, a ABIA foi eleita como membro da Secretaria Executiva da Articulação Nacional de AIDS (ANAIDS), que reúne representação do movimento AIDS em todo o país. Ao formalizar a sua candidatura durante o último Encontro Nacional de ONGs (ENONG), realizado no final do ano passado, a ABIA teve como propósito contribuir nas respostas da sociedade civil organizada ao HIV, especialmente, aquelas propostas pelo movimento social.
O mandato (dois anos) será cumprido ao lado de outras quatro instituições que compõem a Secretaria Executiva: a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS/Ceará, o Grupo pela Educação, Saúde e Cidadania (GESTO/ Pelotas), o Grupo de Apoio à Prevenção da AIDS (GAPA/DF) e a Associação de Travestis, Transexuais e Transgêneros do Estado de Roraima (ATERR).
De acordo com Veriano Terto Jr, quem representa a ABIA nesta nova gestão da ANAIDS, um dos desafios do grupo será o tema da sustentabilidade financeira e política das organizações. “Esse será um dos grandes desafios dessa nova gestão. Outros assuntos também fazem parte deste leque tais como a ampliação e melhoria da comunicação inter-setorial e intra-setorial com gestores e academia, setores religiosos e empresariais e outros movimentos sociais, além do enfretamento à própria epidemia, já que estamos num contexto econômico e político difícil”, avalia o assessor especial da ABIA.
Terto Jr também ressalta que 2016 será um ano de muitas lutas, principalmente, na área da saúde. “A crise dos serviços de saúde no Rio de Janeiro, e no SUS como um todo, apesar de medidas emergenciais, está longe de ser resolvida, com destaque para os problemas no atendimento às pessoas vivendo com HIV e AIDS”.
A perda de um jovem internado no Hospital da Ordem Terceira na Tijuca (RJ) em decorrência de complicações com a AIDS foi lembrada como um triste episódio pelo assessor especial. De acordo com ele, a crise que se alastra é um alerta para o movimento. “Começamos o ano com pessoas muito jovens morrendo, o que deixa claro o diagnóstico tardio e as falhas clínicas, além da falta de medicamentos nos serviços públicos de saúde. Diante deste cenário, temos que olhar as questões específicas da AIDS sem perder de vista que enfrentamos um contexto político e econômico e muito adverso para a saúde no Brasil”, avalia.