A Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA) recebeu com tristeza o anúncio do fim da ONG Sociedade Viva Cazuza, fundada e mantida no Rio de Janeiro por Lucinha Araújo, mãe do cantor e compositor Cazuza. Autor de letras que até hoje impactam o país (“Brasil, mostra a tua cara” e “Exagerado”, entre outras), Cazuza morreu em 1990 por complicações em decorrência da AIDS. Desde então, por meio da Sociedade Viva Cazuza, Lucinha Araújo criou a Casa de Apoio para crianças e adolescentes soropositivos e/ou vivendo e convivendo com o HIV/AIDS; ofereceu serviços de assistência social e reforçou ações de prevenção e tratamento para as pessoas que vivem com HIV/AIDS.
Além de parceira da ABIA e defensora incansável da memória de Cazuza por meio do Projeto Cazuza, Lucinha Araújo nesses 30 anos lutou para garantir dignidade e qualidade de vida às pessoas vivendo e convivendo com o HIV, com ênfase aos mais vulneráveis. Hoje, aos 84 anos, a mãe de Cazuza anuncia que a sua missão foi cumprida.
Para a ABIA, o fim da Sociedade Viva Cazuza é mais um sinal do fim de uma era na resposta à AIDS na cidade do Rio de Janeiro e no Brasil. Esta despedida, contudo, não significa que o HIV/AIDS não continue a ser um grave problema de saúde pública para crianças, adolescentes e jovens em todo o país. Neste sentido, a contribuição dada pela Sociedade Viva Cazuza vai fazer muita falta numa conjuntura social, política e econômica cada vez mais preocupante. À Lucinha e às pessoas que trabalham na Sociedade Viva Cazuza, o nosso agradecimento e admiração por todos estes anos de solidariedade e de luta.
Rio de Janeiro, 13 de outubro de 2020
Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS