Os erros e acertos das políticas de saúde nos quase 40 anos da epidemia de HIV e da AIDS são parte dos argumentos centrais do próximo livro de Richard Parker “Imaginando a Epidemia: As políticas de AIDS e a construção da Saúde Global”, ainda sem data de publicação.
O autor e diretor-presidente da ABIA apresentou a estrutura e os contextos da obra para estudantes do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IESC/UFRJ). A conversa, que aconteceu na sede da instituição, contou ainda com a presença da professora Miriam Ventura e de parte da equipe ABIA.
Além de oferecer um panorama sobre os 36 anos da epidemia da AIDS no mundo, Parker apresentará um olhar pessoal para cada fase. A 1ª onda, por exemplo, é caracterizada pela crise e resistência (1981 a 1991). Já a 2ª onda é marcada pelas batalhas para o acesso ao medicamento e pela construção do movimento global (1991 até 2001). A 3ª onda inicia com as grandes iniciativas de saúde global e coincide com a biomedicalização da epidemia (2001 até 2010). A 4ª onda, por sua vez, é marcada, sobretudo, pela promessa do fim da AIDS (2010 até os dias atuais).
Para Parker, há lições que deixaram de ser valorizada nestes quase 40 anos e que devem ser revitalizadas. “Estas etapas são chamadas de ondas porque não se têm muito claro quando uma começa e a outra acaba. É preciso refletir sobre como podemos retomar as lições que estão aí. O livro não se propõe a apresentar uma solução acabada, mas coloca a perspectiva de que só seremos bem-sucedidos na resposta à epidemia se enfrentarmos o nosso calcanhar de Aquiles: a indústria farmacêutica”, concluiu.