O fim de ano do Observatório de Sexualidade e Política (SPW, na sigla em inglês) foi marcado por lançamentos. Em novembro, o projeto lançou a versão em inglês do e-book “Políticas antigênero na América Latina no contexto pandêmico”, voltado ao público internacional. A publicação traz os achados da segunda fase de pesquisa sobre políticas antigênero na região, dessa vez de 2020 em diante. O debate de lançamento (disponível no Youtube) contou com a presença dos autores e de três especialistas de diferentes partes do mundo: Espanha, EUA e Chile/Reino Unido.
“Desde a primeira versão do e-book, lançada em março, foram muitas as mudanças nos cenários políticos nacionais latino-americanos e no cenário global, como a guerra na Ucrânia e diversos processos eleitorais como no Brasil e na Colômbia. A dinâmica política de 2022 e as políticas antigênero nela contidas estiveram longe de ser tranquilas, mas chegamos ao final do ano com espaços mais amplos para respirar e reimaginar futuros”, analisou Sonia Corrêa, co-coordenadora do SPW e organizadora da publicação.
Além disso, em parceria com as organizações Akahata, Synergia, Puentes e Promsex, o SPW promoveu o debate “Mudanças no cenário político regional e desafios para as pautas de gênero, sexualidade e direitos humanos”. O evento foi o terceiro de uma série de webinarios organizados por este fórum conjunto de organizações atuantes nos campos de direitos sexuais e reprodutivos na região. Com tradução para o português e para a língua de sinais (em espanhol), explorou eventos recentes de países como Chile, México, Brasil e Peru a luz das pautas de gênero, sexualidade e direitos humanos e como estas são mobilizadas tanto pelas direitas como pelas esquerdas. E foi lançada mais uma edição do Boletim da Política Sexual, que analisou os fatos mais relevantes do segundo semestre de 2022, como os efeitos da derrota de Bolsonaro para as políticas antigênero a nível global, a legalização do casamento igualitário em todo o México e o endurecimento das leis anti-LGBT na Rússia.